A realidade é cada vez mais digital e uma das principais métricas de performance de inovação das empresas passa pela capacidade de utilizarem dados e extrair valor dos mesmos, sendo que “valor” também se depreende da “inovação”.
Mas como explorar novas oportunidades com base na Ciência dos Dados ou Inteligência Artificial?
1) A Ciência dos Dados e a Inteligência Artificial ajudam no desenvolvimento de novos produtos ou versões melhoradas de produtos já existentes.
Através de Inteligência Artificial é possível simular milhões de configurações de um produto de forma a obter a versão mais otimizada. A Siemens utiliza este procedimento na criação de sistemas de alerta mais seguros em cruzamentos ferroviários, para evitar o embate de composições.
No setor automóvel, há marcas a desenvolver sistemas de IA que permitirão num futuro próximo criar o design de novos veículos, from Scratch. Algo que não surpreende quando a Inteligência Artificial já consegue criar obras de arte, música ou literatura.
Através dos dados também é possível estabelecer quais as melhores extensões de linha de produto ou, se aplicável, criar novas linhas de raiz, facilitando a vida aos gestores.
2) A Ciência dos Dados e Inteligência Artificial ajudam a detetar novas tendências e necessidades.
Sabia que existem empresas que monitorizam biliões de posts em Social Media todos os anos através de Computer Vision para determinar quais as formas, materiais, cores ou texturas mais divulgadas em termos de vestuário? Com base nesses dados, conseguem detetar tendências sobre o que vai estar na moda daqui a um ano, com uma precisão apreciável.
Ao nível do retalho, os métodos de forecasting utilizam dados de qualidade para chegar a conclusões bastante precisas. Utilizam dados de vendas, inventários, cartões de fidelidade, CRM, Social Media ou outros para descortinar padrões que indicam a procura.
3) A Ciência dos dados e Inteligência Artificial ajudam a identificar novas oportunidades de vendas em bases de dados de clientes.
Através de técnicas de clustering e segmentação é possível agrupar clientes de uma empresa baseado nos itens que compram, quando o fazem, que canais usam (loja, online, catálogo, subscrições…), como compram ou quanto gastam. Desse modo é possível identificar grupos dispostos a gastar dinheiro em novas combinações de produtos mais adaptadas aos seus padrões de consumo.
As técnicas de clustering permitem também adaptar a variedade de oferta tendo em conta os canais de venda de forma melhorar a experiência do cliente e impulsionar vendas. É possível detetar um desalinhamento entre o que se oferece num canal de venda e os hábitos de consumo de quem o usa.
Publicado: Forbes Portugal – Junho/Julho 2022